A vida sempre está a nossa frente, só que por vezes não percebemos.
Estou eu no metrô de Londres quando uma linda mulher senta a minha frente.
Trocamos alguns olhares e de imediato a imaginação começa a correr...
- Hum, interessou-se em mim!?!? Difícil!
Então o que os lindos olhos verdes e seu sorriso rebelde me dizem. Vou aproveitar que recém passamos pela estação de Baker Street e deixar os sinais me apresentarem a história.
Bem vestida, 1,80 de altura, cabelo desarmado mas bem cuidado, nada nas mãos além de uma sacola do Hotel Park Plaza. Parece ser ela uma londrina (Hyperlink: Londrinos não são necessariamente todos ingleses, ou melhor, são poucos os ingleses).
Então ela trabalha no hotel? Não: A sacola é nova. Empregados normalmente pegam aquelas sacolas mais surradas. Um sorriso acompanhado de uma olhada para um infinito próximo me chama a atenção:
Será ela uma scort? Difícil.
Pensamento malvado o meu... Não seria uma scort não: está bem vestida mas não a ponto de matar com um olhar. (Não a todos, mas com certeza a mim!)
Uma vista mais indireta sobre a sacola mostra um presente recebido.
Agora tudo começa a fazer sentido... e tudo se completa quando ela retira do bolso um papel cuidadosamente dobrado, com a marca do hotel, onde ela lê demoradamente o recado escrito.
Do recado não vi nada, mas o gesto dela buscando o telefone para mandar uma mensagem mostra cumplicidade com aquele pedaço de papel, e com a memória dos bons momentos fora dá rotina londrina que ela deve ter acabado de viver.
Seu olhar para mim era apaixonado, mas não era eu o objeto desta paixão.
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